segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ABSURDO

Precisamos lutar contra todo e qualquer tipo de discriminação neste país.


Muitos grupos têm sido alvo de discriminação: homossexuais, afro-descendentes, portadores de deficiência, entre tantos outros.


Porém, há uma discriminação sobre a qual poucos comentam, ou talvez poucos reconheçam, mas infelizmente, ela existe: contra os OBESOS.


Para quem perdeu a reportagem desta manhã, vale a pena conferir a matéria na página do Fantástico no site da Rede Globo.



"Três professoras, aprovadas em um concurso público em São Paulo lutam para saber por que não conseguem assumir o cargo que conquistaram. Quando finalmente vencem a burocracia, elas descobrem: não foram chamadas porque são obesas." - escreve a redação.
E mais: "A obesidade é considerado um fator de inaptidão para exercer o cargo? - perguntou a Repórter Renata Ceribelle - “A obesidade não. Só a obesidade não é motivo de não aptidão. Obesidade não pode ser o motivo, porque não é uma questão de aparência. Quem tem problema de vista usa óculos. Não tem sentido isso, não faz sentido”, comenta a perita médica Bartira Granata."
O médico que mostrou os laudos, após as professoras solicitarem para terem acesso, respondeu que uma pessoa obesa é considerada uma pessoa "doente": "Ela está sendo considerada uma pessoa doente. Este é o ponto."
Sobre esta afirmação, Ives Gandra comenta: “Não vejo que obesidade seja obstáculo a ocupar um cargo publico, a menos que fosse para alguma atividade que exigisse um desempenho maior, como educação física. Fora isso, não vejo qualquer ligação entre obesidade e desempenho de uma atividade intelectual”.
Já do çado de fora do prédio onde aconteceu a perícia, Fabiana desabafou: “Me formei na USP, no ano de 1988, sempre morei na periferia, estudei em escola pública do estado. Foi uma batalha de vida para mim me formar, com o sonho de ser professora, e tentar ajudar essas pessoas que, como eu, moram na periferia e estudam em escola pública. Mas eu fui retida por ser obesa".


No seguinte blog encontrei mais detalhes sobre o caso das professoras obesas impedidas de assumir o concurso público (detalhe, para o cargo o qual elas já exercem há anos):



"A Folha recebeu reclamações de cinco docentes de três cidades diferentes da Grande SP, que dizem que seus exames clínicos não tinham alteração e, mesmo assim, foram consideradas "inaptas" pelo Departamento de Perícias Médicas de SP. 
As professoras participaram do concurso que selecionou 9.304 docentes para dar aulas a partir deste ano.

Elas foram aprovadas em uma prova, participaram de um curso de formação e passaram em uma segunda prova. No começo deste ano, foram submetidas à perícia.
Na semana passada, ouviram dos diretores de escolas onde dariam aula que foram reprovadas no exame. 
Elas afirmam que ainda não tiveram acesso ao laudo e que não foram informadas oficialmente do motivo da reprovação. Entraram com recurso e com um pedido de vistas do resultado.
Duas dizem que ouviram dos médicos, no dia da consulta, que provavelmente não seriam aprovadas pela perícia em razão do peso.
Elas têm de 90 kg a 114 kg e duas delas são obesas mórbidas, com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40.

"O endocrinologista disse que eu não passaria porque estou obesa. Mas meus exames de colesterol, diabetes, eletrocardiograma estão todos bons", afirma Lídia Canuto de Souza, 30, professora de matemática da rede há três anos, como não efetiva.
"Ouvi do médico que eu estava deformando meu corpo e que teria problemas de saúde no futuro. Não tinha uma alteração nos 15 exames que fiz", diz Andréia Pereira, 36, professora de artes.
Uma sexta professora obesa, que ainda não sabe se é considerada apta, diz ter ouvido o mesmo do médico.
Entre os casos ouvidos pela Folha, há o de uma professora de inglês que é concursada na rede há 12 anos. No novo concurso, buscava a possibilidade de dar aulas de português. "Nunca peguei licença por causa do peso, nunca tive problema de saúde", afirma Fátima Fernandes, 41, que diz que já era obesa.
A Secretaria de Gestão Pública, responsável pela perícia, não comentou caso a caso. Disse que "há casos em que a obesidade pode ser considerada doença, segundo os padrões da OMS [Organização Mundial da Saúde]".
A OAB-SP e advogados ouvidos pela Folha afirmam que a exclusão de um candidato por obesidade é considerada discriminação e fere a Constituição Federal.
Endocrinologistas afirmaram que a obesidade não é fator de inaptidão para a função de professor.
"Há um preconceito contra o obeso. Isso não é motivo para ele ser excluído da seleção", diz Marcio Mancine, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Frase

"O endocrinologista disse que eu não passaria porque estou obesa. Mas meus exames de colesterol, diabetes, eletrocardiograma estão todos bons" LÍDIA CANUTO DE SOUZA

Professora de matemática temporária há três anos e aprovada em concurso para efetivação, mas reprovada no exame médico"


"Há um preconceito contra o obeso. Isso não é motivo para ele ser excluído da seleção", diz Marcio Mancine, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Fonte


Leia mais no site da Folha no UOL


Desabafo: Quem me acompanha aqui e pelo Twitter deve se lembrar de quando comentei que minha mãe teve sua carteira de motorista renovada por apenas 1 ano, após 20 anos dirigindo sem uma multa sequer, porque, segundo a médica, ela é obesa e poderia "morrer a qualquer hora e matar todo mundo que estivesse no caminho"(sic). Sim, foi isso mesmo. Já para uma professora, conhecida de outra professora amiga nossa, o médico da perícia para assumir o Concurso para professor do Estado afirmou que ela poderia "quebrar a cadeira quando fosse sentar e virar motivo de chacota".(sic)
Casos de discriminação contra obesos têm se tornado cada vez mais comuns, e agora eles estão sendo impedidos de dirigir, trabalhar, e o que mais falta? Serem proibidos de andar pelas ruas, de usar transporte público, de fazer sexo, de ter filhos?
Medidas urgentes são necessárias e CRMs precisam ser cassados. Alguma coisa deve ser feita, pois logo isto atingirá outros grupos de pessoas, e quando menos esperarmos, estaremos condenados a sermos "clones" uns dos outros. Saúde é importante, mas há magros tendo infarte fulminante. MAGREZA NÃO É SINAL DE SAÚDE.
TODOS PRECISAM CUIDAR DA SAÚDE, E OBESIDADE NÃO É SINÔNIMO DE DOENÇA. A pessoa obesa PODE estar propensa a uma série de doenças, que uma pessoa magra,sem saber, pode estar também.


Quem sabe estas sejam as professoras "saudáveis" do futuro:


ALGO PRECISA SER FEITO. LUTEMOS CONTRA  ESTA ATITUDE "HITLERISTA" E LUTEMOS POR DIGNIDADE E RESPEITO POR TODO SER HUMANO!

2 comentários:

  1. complicado, mas a realidade é que os seres humanos são assim. Aqueles que pensam diferente só troca o rótulo do preconceito. Gosto de gordo? sim, gosto de negro? sim, mas minha filha não casaria com um....são tipos diferentes de preconceito exitente, no fundo, não sejamos hipócritas, todos temos algum tipo de preconceito.O que podemos fazer é abolir qq tipo de violência e tentar mudar a mentalidade dos futuros seres humanos.

    ResponderExcluir